Inspirações Entrevista com Karyne Elise: Ilustrações inspiradas na Cultura Nipônica

Entrevista com Karyne Elise: Ilustrações inspiradas na Cultura Nipônica

Por Laila Arêde

Karyne Elise (popularmente conhecida como Kuy) é uma ilustradora/designer de apenas 22 anos que nasceu em Recife (PE), mas que atualmente reside em Curitiba (PR). Uma das características mais marcantes nas obras de Karyne é o seu traço estilístico, que é claramente inspirado nas ilustrações e animações japonesas. Ela expõe seu amor pela cultura nipônica ao compor peças com a estética kawaii. Todas suas obras podem ser vistas em seu facebook e tumblr.

Inspire-se com algumas de suas criações, e logo em seguida, acompanhe a pequena entrevista com a fofa da Karyne:

1. Para começar…por que seu nome artístico é “Kuy”? É referente a alguma palavra japonesa?

Meu apelido é Kuy porque eu amo roedores (especificamente hamsters). Daí tem um bichinho que se chama Cuy, que parece um porquinho da índia. Adaptei pro meu nome, que começa com K e tem Y. Também, tem umas origens otaku relacionadas ao meu antigo codinome que era Kuyuki (ideograma japonês que significa nove idas). Sou da época em que eu e mais um monte de gurias tínhamos blog, fazíamos nossos próprios layouts no Photoshop e montávamos o HTML e CSS das nossas páginas. Cada uma tinha um codinome e o meu era esse. Não sei o porquê, mas eu gostava muito da fonética dessa palavra. Depois, alguns amigos começaram a me chamar de Kuy, por ser mais fácil e aí pegou. Até meus sogros me chamam assim! (risos).

2. Você começou a desenhar desde criança? Quando que você sentiu interesse pela ilustração digital?

Comecei a desenhar ainda criança, desde que me lembro por gente. Quando adolescente, tinha muito interesse pela ilustração digital, via aqueles desenhos no DeviantArt e ficava muito admirada de como as pessoas eram talentosas e conseguiam fazer coisas incríveis no computador. Tentava fazer umas coisas com o mouse, mas como não tinha tablet, eu só sonhava (risos). Perto do final da faculdade, decidi o que realmente gostaria de fazer: ser ilustradora. Só então investi em uma tablet (ou mesa digitalizadora) e finalmente consegui treinar e arriscar – estou nessa vida de ilustração digital há aproximadamente um ano e meio.

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3. O seu estilo é claramente inspirado nas animações japonesas. De onde surgiu esse amor pela cultura japonesa? Quando que essa paixão se culminou e marcou presença na construção do seu traço?

Minha paixão pela cultura japonesa começou muito cedo! Aproximadamente nos meus três anos de idade, quando eu assistia a Dragon Ball, Sailor Moon e Speed Racer no programa da Eliana e Companhia (risos). Eu me interessei bastante pelo tipo de desenho japonês, que era bem diferente da maioria dos outros. Fui crescendo e continuei a me interessar. Gostava mais ainda dos animes que mostravam ideogramas japoneses nas aberturas e ainda mais dos que eram cantados em língua japonesa. Tentava copiar os traços dos animes que mais gostava; ganhei revistas que ensinavam a desenhar mangá e comecei a treinar esse traço. Tudo isso antes dos dez anos de idade, mais ou menos.

4. Quais artistas que mais te inspiram? Por quê?

Fora todos os animes que assisto, as artistas que mais me influenciam são Natali Koromoto, Sarlis e Mais2 devido ao traço e temática kawaii/otaku/nerd. Adoro a temática da Hikari Shimoda e do estilo da Kyary Pamyu Pamyu, que mesclam o kawaii com coisas macabras. Além disso, outros ilustradores me inspiram: sejam os que eu já conheço ou os artistas que descubro neste incrível mundo chamado internet. Estamos em constante evolução, então sempre vai surgir coisas novas para nos inspirar. Mas a lista é muito grande, então só citei os principais, que estão do meu ladinho desde que comecei a desenvolver minha identidade.

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5. Quais dicas você daria para aqueles que querem começar a ilustrar digitalmente?

Acho bacana primeiro ter uma noção dos softwares e de desenho. Logo após, treine bastante, teste uns brushes diferentes até achar um que você goste mais, veja timelapses, tutoriais, mescle texturas, estude teoria da cor, composição, faça exercícios para melhorar o traçado digital (afinal, desenhar no computador é bem diferente de desenhar no papel), etc. Mais importante ainda, é não desistir! Tenha muita paciência, respire fundo e continue a desenhar; ou seja, seja mais receptivo aos erros e entenda que a evolução é algo que demora e requer muita persistência, erros são essenciais no processo pois tiram a gente do comodismo.

6. E quais dicas você daria para aqueles que querem incorporar o traço (estilístico) japonês em suas ilustrações?

Estudar e consumir muitas referências, que vão além da ilustração (arte, arquitetura, moda, música…cultura como um todo). Eu sigo a ideia de que todos sabem desenhar. O que falta é apenas entender a técnica e consumir conteúdo de ilustração, traço, cor, arte, música e tudo mais que você queira incorporar nesse aprendizado. A ideia equivocada que as pessoas que querem adotar um estilo mais nipônico no próprio trabalho têm é que ilustração japonesa está diretamente ligada ao mangá. Também eles acham que a estética mangá é só olhos grandes, nariz pequeno, rosto triangular, Hello Kitty, etc. Há um estudo de proporção, há um estudo de anatomia e cor. Tudo é um estudo. É bem importante também que as pessoas estudem mais a cultura japonesa e que saibam do porquê esse traço estilístico japonês faz parte dessa cultura, tentando fugir da mera apropriação cultural.

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