Design Foi a Copa da Adidas

Foi a Copa da Adidas

Por Lucas Benfica

Olá, leitores.

Já falei algumas vezes aqui que Futebol e Marca, para mim andam juntos. E hoje, trago mais um texto relacionando os dois assuntos.

A Adidas, criadora de ótimos slogans para sua campanha, fez valer o #allinornothing na Copa do Mundo 2014. Os jogadores patrocinados pela marca, principalmente na final, foram ao limite e mostraram que futebol é feito de organização, técnica e planejamento. Tudo isso representado em um time. Diferentemente da Nike, que preza muito mais pela plasticidade e o talento individual de seus atletas, a marca das três listras mostrou, nas suas seleções, que um trabalho de longo prazo é fundamental na manutenção de marcas vencedores. A Adidas tem contrato com a FIFA até 2030, e a instituição máxima do futebol é a maior prova de organização (claro, com suas falhas) que uma empresa pode ter. A cara da alemã Adidas.

A Alemanha não é lá um bom exemplo de manifestação emotiva, seja ela qual for. Mas a emoção, mesmo que aparentemente não seja uma característica clara nas peças institucionais e publicitárias da marca, pode ser vista com bastante evidência nas redes sociais, no dia da final. Fotos estouradas, com textos curtos ou as tags #allinornothing, #tudoounada e #agoraoununca apareceram sempre com aquela clássica tipografia – também alemã – Futura grande e bold, sobrepondo as fotos e destacando-se em meio à diversas imagens no Facebook, reforçavam os valores pretendidos para o momento.

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É perfeitamente notável, nas manifestações visuais da Adidas, o incentivo para que as pessoas pratiquem esportes e dediquem-se a isto de maneira responsável, correta e façam disto a sua vida. Suas seleções na final da Copa foram o reflexo do trabalho em equipe, indo ao extremo.

Não que a Nike não incentive a prática esportiva, mas a minha percepção é – por causa da não boa copa dos seus principais patrocinados – de uma certa displicência por parte da marca, não mostrando sua grandiosidade durante o evento. Duas das suas seleções mais caras disputaram o terceiro lugar, e a do brilho dos olhos acabou nem indo ao pódio.

A Adidas e a Nike são o arquétipo herói. Seja ele sozinho ou em bando.

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Se fossemos recorrer ao Branding e aos Arquétipos como forma de posicionamento e construção/gestão de marcas fortes, a Adidas e Nike seriam o Herói.

Arquétipos são símbolos, imagens e referências que percorrem as motivações humanas, e uma marcas, produtos e serviços atuam, representando um arquétipo  especifico, como forma de ajudar na sua personificação. São 12 os arquétipos abordados por Margaret Mark e Carol Pearson no livro “O Herói e o Fora-da-Lei”, cuja leitura é essencial na construção de marcas.

Esses arquétipos, que ilustram o inconsciente coletivo, ajudam a humanizar marcas e, escolher neste caso de Nike e Adidas, quais atletas a representam.

A Adidas da precisão alemã, do objetivo Messi, do guerreiro Schweinsteiger, do “mordedor” Suárez (cuja marca anunciou que manterá seu contrato), do companheiro Oscar e da muralha Neuer (que garante atrás para que seus companheiros façam lá na frente). A Adidas traz sempre um time em suas campanhas e preza pela luta em equipe, pelo triunfo feito através da organização.

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A Nike, da molecagem, da firula, do joga bonito, do arrisque tudo, do ídolo Neymar, do forte David Luiz, do ilustre Cristiano Ronaldo (e o deixa que eu resolvo) e do preciso Thiago Silva mostra que, acima de tudo, você deve ser – tão e somente – o cara, quando calça uma Nike.

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“Onde há vontade, há um caminho” é o lema do arquétipo herói que, quando ativo em uma pessoa, ela se fortalece com o desafio, se sente ultrajada pela injustiça e responde rápida e decisivamente à crise ou à oportunidade e tentando sempre superar seus limites. É um sinal de confiança, mas também pode ser visto como arrogância. Mas heróis também tem suas fraquezas e, os da Nike não foram tão bem nesta Copa. Já os guerreiros da Adidas foram mais felizes.

E, diante de um cenário feito de três listras, o atleta swoosh Mario Götze, fez o gol do tetracampeonato alemão e saiu como herói solo da Nike, coroando o time Adidas.

Fico por aqui, amigos. Um abraço e até a próxima.

Referências:

https://www.facebook.com/MKTEsportivo

http://www.mktesportivo.com/2014/07/por-valor-recorde-adidas-e-a-nova-fornecedora-de-material-esportivo-do-manchester-united/

http://www.mktesportivo.com/2014/07/adidas-poe-fim-a-especulacao-e-seguira-patrocinando-luis-suarez/

http://www.adnews.com.br/publicidade/adidas-lanca-filme-para-final-da-copa-do-mundo

http://www.tipografos.net/designers/renner.html

http://www.guiadoboleiro.com.br/noticia/2013/11/26/Apos-caso-G%EF%BF%BDtze,-Adidas-pode-ter-dado-o-troco-em-premiacao-de-Messi-1395

http://www.siegelgale.com/blog/nike-and-adidas-different-strategies-for-telling-their-brand-stories/

http://www.ibedess.org.br/imagens/biblioteca/773_marca1.pdf

http://pt.wikipedia.org/wiki/Arqu%C3%A9tipo

http://pt.wikipedia.org/wiki/Carl_Gustav_Jung

http://oarquetipo.wordpress.com/os-doze-arquetipos/

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